Na mesma medida em que aparece como um dos problemas de saúde que mais assusta os homens, o câncer de próstata é também o tipo de tumor mais comum entre eles. Ao longo da vida, estima-se que 11% dos pacientes do sexo masculino serão diagnosticados com a doença.
Uma estatística de fato chama atenção, mas que está longe de convencer os homens da necessidade de cuidados médicos preventivos. Esse é justamente o objetivo da campanha Novembro Azul, criada para lembrá-los de que o diagnóstico precoce é a única garantia de cura da doença.
Mas é exatamente neste ponto que a questão se torna complexa. Uma série de fatores – falta de informação, preconceito, vergonha e questões culturais, que fazem com homens não tenham uma rotina de cuidados médicos – transformaram os exames de prevenção ao câncer de próstata em um tabu.
Isso exige dos médicos ainda mais empenho e habilidade para mudar esse cenário.
Por isso, o Novembro Azul não se trata de uma campanha especificamente voltada para urologistas, mas para todas as especialidades.
Normalmente os homens nãos costumam fazer consultas de rotina e só procuram o médico no caso de sintomas, quando já pode ser muito tarde. Por isso, é essencial que haja o envolvimento de toda a classe nessa iniciativa.
Estatísticas Atuais sobre o Câncer de Próstata
O câncer de próstata representa uma das principais preocupações de saúde pública no Brasil e no mundo, em especial por sua prevalência na população masculina. Os dados mais recentes do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e do Ministério da Saúde trazem a realidade atual desse tipo de câncer, que lidera as estatísticas de incidência entre homens.
No Brasil, este câncer se destaca não apenas pela frequência, mas também por ser majoritariamente uma doença da terceira idade. Aproximadamente 75% dos casos são diagnosticados em homens com 65 anos ou mais. Esta estatística é um reflexo direto do envelhecimento da população, que traz consigo um aumento proporcional dos casos diagnosticados.
A evolução dos métodos diagnósticos, aprimoramento dos sistemas de informação e a elevada expectativa de vida no Brasil têm contribuído para um aumento nas taxas de incidência observadas nas últimas décadas. Essa tendência evidencia a necessidade de estratégias eficazes para a prevenção e detecção precoce da doença.
As campanhas de conscientização como o Novembro Azul desempenham um papel crucial neste contexto. Instituído em 2003 na Austrália e comemorado em 17 de novembro, o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata serve como um ponto de encontro global para a divulgação de informações e a promoção da saúde masculina, enfatizando a importância da prevenção e do diagnóstico precoce.
No Brasil, os números são um chamado à ação. Diariamente, 42 homens perdem a luta contra o câncer de próstata, fazendo desta a segunda maior causa de morte por câncer entre o público masculino no país. Em 2020, o Ministério da Saúde estimou um total de 65.840 novos casos, correspondendo a 29,2% dos tumores incidentes em homens. O ano de 2019 registrou 15.983 mortes, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer.
Além da alta incidência, o câncer de próstata pode apresentar um crescimento rápido e agressivo, capaz de invadir outros órgãos e levar ao óbito, se não for adequadamente tratado. Isso reforça a importância de ações educativas sobre a doença, promovendo o reconhecimento de sinais e sintomas e o acompanhamento médico regular.
Os exames de detecção, como o PSA (antígeno prostático específico) e o toque retal, são essenciais na identificação da doença em estágios iniciais. O Ministério da Saúde recomenda que os homens façam consultas periódicas nas Unidades Básicas de Saúde para a realização desses exames e outros procedimentos diagnósticos, como a biópsia guiada por ultrassom transretal, quando há suspeita de câncer.
As estatísticas não mentem e servem como um lembrete contínuo de que a prevenção e o diagnóstico precoce são nossos maiores aliados na luta contra o câncer de próstata. A conscientização é o primeiro passo para mudar esta realidade, e campanhas como o Novembro Azul são fundamentais para disseminar essa mensagem.
Como falar sobre o Novembro Azul na rotina do consultório
Aproveitar a consulta, independentemente do que a motivou, para abordar a importância de exames preventivos para o câncer de próstata já é uma excelente iniciativa.
Mas isso não se restringe aos pacientes homens. Mesmo com as mulheres, é possível falar do assunto e encorajá-las a conversar com seus parceiros.
Mas esse estímulo pode ser ainda mais abrangente. Durante o Novembro Azul, ou mesmo em outros momentos, é possível abordar a questão em campanhas de comunicação direta com os pacientes.
Um simples e-mail com dados conteúdo relevante, ou uma mensagem de texto na forma de um lembrete pode funcionar tão bem quanto uma conversa. Com a vantagem de se atingir um número muito mais de pessoas com o mínimo de esforço.
Isso pode ser feito de forma simples, com o disparo de conteúdos por uma plataforma de marketing integrada ao sistema de gestão do consultório. Com as informações da base de clientes, é possível criar um canal rápido e eficaz de comunicação com envio personalizado e automatizado.
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Nesses conteúdos, é possível abordar questões como fatores de risco, sintomas frequentes e formas de prevenção. Falar do Novembro Azul e ajudar a desmistificar o tabu do exame de toque é uma excelente forma de tratar do assunto.
Mostrar como a detecção precoce do tumor aumenta significativamente as chances de cura também é um ponto essencial.
É importante salientar, como recomenda o Ministério da Saúde, que homens a partir dos 45 anos com fatores de risco (negros ou com histórico de câncer na família) ou 50 anos sem estes fatores devem se consultar com um urologista ao menos uma vez ao ano.
Falar sobre os exames disponíveis para diagnóstico, desfazendo preconceitos e desinformação, também é uma abordagem fundamental.
Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração percebida no toque retal. Caso haja suspeita, outros exames podem ser solicitados, como biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, e análises de sangue.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais e com pouca gordura (especialmente as de origem animal) é um dos principais fatores de prevenção para o câncer de próstata e uma série de outras doenças.
Também é recomendada a adoção de hábitos saudáveis, como fazer no mínimo 30 minutos diários de exercícios, manter o peso adequado, reduzir o consumo de álcool e parar de fumar.
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